quarta-feira, 31 de março de 2010

Morte a vida


- poema critico feito por um amigo





Ele nos seduziu com a menina da boca bonita
Com o rosto moreno, da negra bonita
Com o Rio do poema, silencioso sem policia
Com a mentira maquiada, com a realidade escondida

O sorriso é neve, a roupa é cara,
E o óculos esconde o rosto que nunca chora
E se chora, o povo vai junto, o povo compra, o povo imita
Ninguém sabe o que é, mas todo mundo quer,
“Se a negra pode eu também posso
Eu também sou bonita”

Ah Manuel porque escrevestes isso?
Colocaste sua história na caixinha de ilusões
Que colore a sala da minha casa
Roubaste a cena de meu concreto com sua utopia
Tornaste feia minha mesa, com seus jantares imaculados

Infeliz és tu homem, que deu cor ao lábio da negra
Que deu roupa a quem já tem
Que me fez comer nuvem
Infeliz és tu que cegou o homem do homem que lhe pedi
Juntando-lhes aos que muito já tem

Chamaste de viver a morte que mata aos poucos
Que rouba, que cega, ensurdece e torna mudo
Deste o valor do homem a roupa que lhe cai

Me fizeste chorar pelas histórias tristes
Que nunca soube se pra ti também valem
Colocaste em mim água na boca
Pela menina da boca bonita
Pela negra que pintastes a chocolate
Para invejar as minhas que mordem
Seus dedos sujos sob o sol
Que lhes queima a nuca.

Infeliz és tu Manuel, com a semente
Da ilusão que plantastes nos corações
Férteis do nosso povo pobre sonhador

J.Vieira




Nenhum comentário:

Postar um comentário

comenta vai *O*